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O Âmbito Cultural do El Corte Inglés tem o prazer de convidar para a sessão do Ciclo Poem(A)r Ama Como a Estrada Começa, por Carlos Barretto (contrabaixo), João Morais (viola campaniça) e José Anjos. Dia 27 de fevereiro pelas 18h30, na Sala de Âmbito Cultural do El Corte Inglés de Lisboa.
O caminho é o poema
O poeta José Maria Zonta escreveu que a palavra amor é um casulo, não sabemos o que dele sairá. O mesmo se dirá do futuro. Talvez o amor, em todas as suas formas e manifestações, seja o meio de transporte que nos assegura que a viagem acontece connosco dentro e em direção ao outro, mesmo não sabendo bem, nem sempre, como o caminho se desenrola. Carl Jung tinha razão quando disse que se o caminho à sua frente está claro, provavelmente é o de outra pessoa. Talvez a grande utopia seja a descoberta, equipada pelo mistério de que nascemos repetidamente. Sem querermos fechar demais a caixa onde guardamos as nossas coisas (e as dos outros a quem pertencemos), para não corrermos o risco de ficarmos lá presos.
Talvez o poema seja a porta que abrimos no coração para criar um lugar novo, onde não cabemos sozinhos. Talvez o poema nem precise de existir ou exista apenas no silêncio transformado que sucede ao amor. Porque não é só entre duas páginas que o poema acontece. Como escreveu José Emílio Pacheco: continuo a pensar / que é outra coisa a poesia: / uma forma de amor que só existe em silêncio, / num pacto secreto entre duas pessoas (...).
Biografias
José Anjos nasceu em Lisboa (1978) e é formado em Direito, poeta e músico. Tem quatro livros de poesia publicados e participa em vários projetos como baterista, guitarrista e diseur. Vive com um gato.
João Morais nasceu em Lisboa em 1973, formou-se em design e é músico autodidata deste 1988. Durante quase 30 anos, dedicou-se a géneros de música mais extremos e pesados até 2016, quando se cruza com a viola campaniça, um cordofone de raiz tradicional portuguesa. Este encontro dá origem ao projeto O GAJO, com o qual já gravou 6 discos de originais e fez centenas de apresentações ao vivo em Portugal e no estrangeiro.
Sempre que se fala de jazz em Portugal, o nome de Carlos Barretto é uma referência de mérito incontornável. A crescente internacionalização tem levado a sua música a muitos destinos por todo o mundo, sempre com rasgados elogios por parte da crítica especializada. Após concluir o curso do Conservatório Nacional de Música de Lisboa, residiu em Viena de Áustria (1980-1982), onde estudou com Ludwig Streischer, um dos grandes mestres mundiais do contrabaixo. Trabalha atualmente em vários projetos, entre os quais Carlos Barretto Lokomotiv e No precipício era o verbo, projeto multidisciplinar que une a poesia com a música.