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O Âmbito Cultural do El Corte Inglés tem o prazer de convidar para o Poemar O poema começa com um nó na garganta, com Ana Zanatti, Isaque Ferreira, Rui David e José Anjos, a realizar-se no dia 19 de dezembro pelas 18h30, na Sala de Âmbito Cultural do El Corte Inglés de Lisboa.
Sinopse
Na poesia, como na arte em geral, não se fala de equilíbrio em sentido próprio, mas de partilha. Essa partilha não se resume a uma mera troca: tratase do gesto de construir mundos e sentidos a partir de algo que, aparentemente, se destruiu. Não será tão bem um renascimento, porque o recomeço que a poesia imprime tanto ao autor como ao leitor não é apenas um regresso a um estado anterior, mas sim um salto apoiado no que permanece, na desesperança de que fala Ana Zanatti no seu primeiro livro de poemas, com o corpo em salto de trapézio apontado ao futuro e em forma de pergunta: que fazer com tudo o que permanece? Esse salto, que a perda e a vida transformam em queda, é ele próprio semente da transformação. Em vez de um embate do corpo na terra, a queda desamparada faz-se embalo para um retorno à superfície, não a mesma, mas a do outro lado do espelho, de onde já não é possível regressar. E onde o voo, ou passo, não é solitário. Normand de Bellefeuille tinha razão quando escreveu “prefiro o poema / equilibrista / apesar da queda possível / praticamente certa / ao andarilho aprazível / e flácido / porque o poema / é um cabo / muitas vezes / demasiadas vezes / mal esticado”. Assim será também a vida. E as palavras um pretexto a fazer de corda para alguém puxar do outro lado. Lembrando o poeta Lawrence Ferlinghetti: “a poesia é a distância mais próxima entre duas pessoas”. Mesmo que esse outro sejamos nós do outro lado do espelho, que não nos reflecte, mas sim o lugar para onde precisamos ir, ainda sem saber.
As Trapezistas, editado em 2024 pela Abysmo, é o livro de estreia de Ana Zanatti na poesia. Embora seja - formalmente - o seu primeiro livro de poemas, surge de uma sucessão de gestos atentos, experientes na escrita e ousados na intenção de abrir a porta aos mistérios que necessariamente se colocam perante quem olha a vida com a atenção e o rigor de quem a ama desmesuradamente, sem intenção de os resolver, mas sim descobrir. Um desafio ao leitor para habitar a sensibilidade poética e desconcertante - enquanto escritora e leitora - de uma das mais multifacetadas autoras e artistas da nossa contemporaneidade.
Uma conversa em modo recital sobre as canções e poemas, seus e de outros (Ana Luísa Amaral, Linda Pastan, Herberto Helder, Maggie Smith, etc), que se apresenta em Gaia e Lisboa, com Isaque Ferreira e José Anjos, e interpretações pela mão e pela voz de Rui David, que musicará alguns dos poemas e canções de Ana Zanatti.
Biografias
Teatro, televisão, rádio e cinema, como actriz, apresentadora e autora, tem sido a actividade de Ana Zanatti ao longo de 55 anos. Escreveu inúmeras canções, traduziu e adaptou diversas peças de teatro. Autora de séries quer de ficção quer documentais para televisão e rádio. Colaborou com diversos jornais e revistas (e.g. Egoísta e Inútil), incluindo revistas literárias. Em 2003 inicia um percurso literário que conta com onze livros nas áreas do romance, contos infantis e para adultos e um ensaio. Publicou ainda em diversas colectâneas de poesia.
Isaque Ferreira é leitor de poesia, programador cultural e bibliófilo. Uma das vozes assíduas nas Quintas de Leitura (Porto), diz poesia em todo o lado. Dirige a EXEMPLO EXTREMO. Está a ler.
Os 15 minutos de fama teve-os Rui David em 2018, quando participou no Festival da Canção com o tema Sem Medo, de Jorge Palma. O seu disco de estreia como cantautor, Contraluz, chegaria um ano depois, contando com colaborações de Jorge Palma, Manel Cruz, Carlos Tê ou Miguel Araújo. Nos últimos anos, tem-se dedicado à criação e interpretação de espetáculos de poesia e música e, nesse contexto, tem musicado textos de vários poetas. Desde 2011 tem trabalhado de forma consistente em Teatro, como músico, cantor, sonoplasta ou diretor musical.
José Anjos nasceu em Lisboa (1978) e é formado em Direito, poeta e músico. Tem quatro livros de poesia publicados e participa em vários projetos como baterista, guitarrista e diseur. Vive com um gato.