Nas suas canções, a Ana consegue preservar a tradição do fado e casá-la de uma forma única com a modernidade que os novos tempos exigem. Sente que tem contribuído para a transformação e evolução do fado?

O meu intuito não é, nem nunca foi, fazer evoluir um género que, por si só, já é tão distinto e encantador. O que faço é seguir naturalmente os meus impulsos com tudo o que me estimula e motiva. Considerando-me eu fadista em tudo o que faço, mas também considerando-me outras coisas e, por consequência, o que fará isso de mim ou da música que faço, deixarei para os historiadores analisarem :)

Tomou decisões corajosas na gestão da sua carreira. Como foram os últimos 20 anos e como gostaria que fossem os próximos? Acha que pode ter sido pioneira num caminho que será a tendência da indústria?

É uma pergunta complicada nesta altura da minha vida porque estou a tentar descobrir novos caminhos. Estou muito grata à vida pelos meus últimos anos, mas o mundo está em constante mudança e nós temos de procurar os melhores caminhos que servem melhor aquilo que fazemos e temos para dar. Cheguei a uma altura em que me sentia insatisfeita com algumas coisas perante as mudanças que foram acontecendo na indústria e estou à procura daquilo que faz sentido para mim.

Como é fazer parte da história do El Corte Inglés, ser convidada para uma capa tão especial de uma revista que celebra os 20 anos dos Grandes Armazéns em Portugal?

É uma enorme alegria poder fazer parte desta bonita e já longa história, mas sempre com a abertura e os olhos postos no futuro, disponíveis para divulgar o que acontece na arte no no nosso país.