SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN
As Mulheres e a Poesia | 4 produtos
A 21 de Março celebra-se o Dia Mundial da Poesia e esta forma de expressão naturalmente, também se tece no feminino. Neste mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, destacamos seis poetisas do século XX que não precisam apresentações e merecem especial reconhecimento pelo legado que nos deixam.
SOPHIA DE MELLO BREYNER
Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004) foi uma das mais importantes poetisas portuguesas contemporâneas por ter sido a primeira mulher a receber o Prémio Camões - o maior prémio literário da língua portuguesa. Nasceu na cidade do Porto, Portugal, no dia 6 de novembro de 1919. De família aristocrata, era filha de João Herique Andresen e Maria Amélia de Mello Breyner e neta do proprietário da Quinta do Campo Alegre, hoje Jardim Botânico do Porto. Autora de diversos livros de poesia, escreveu também contos, artigos, ensaios e peças de teatro. Traduziu para língua portuguesa as obras de Eurípedes, Shakespeare, Dante e Claudel, e para língua francesa, obras de Camões, Mário Sá-Carneiro, Cesário Verde, Fernando Pessoa, entre outros. Em 2005 seus poemas foram colocados em exposição permanente no Oceanário de Lisboa.
POESIA
Sinopse:
Esta poesia nasce num lugar esgotado, deserto; e é apesar das ruínas que de tudo se ergue o poema. Forte, elemental, sim; mas jorrando do terror, de ruínas que não falam, de uma língua herdada já exangue.» (Pedro Eiras). As edições de Sophia de Mello Breyner Andresen na Assírio & Alvim preservam a antiga grafia.
Prece
"Que nenhuma estrela queime o teu perfil,
Que nenhum deus se lembre do teu nome,
Que nem o vento passe onde tu passas.
Para ti eu criarei um dia puro
Livre como o vento e repetido
Como o florir das ondas ordenadas."
Sophia de Mello Breyner Andresen
ALICE VIEIRA
Alice Vieira considera-se uma escritora urbana. As suas narrativas decorrem sobretudo no ambiente social da classe média lisboeta e baseiam-se na realidade observada de perto, processo a que não é alheio o contacto com autores e jovens leitores em escolas e bibliotecas públicas, para promoção da sua obra e do livro infantil em geral e que iniciou durante a prática da sua profissão: o jornalismo. É uma das escritoras portuguesas mais traduzidas e divulgadas no estrangeiro. Algumas das suas obras fazem parte da selecção das mais notáveis para crianças e jovens, elaborada pela Biblioteca Juvenil Internacional de Munique.
OS ARMÁRIOS DA NOITE
Sinopse:
Que limbo é este onde
Pelo meio da noite às vezes aparecias
Mas apenas para desfazer esquecidos silêncios
Porque bem sabes ao terceiro Whisky
O amor é sempre eterno."E depois as palavras
Morrem à toa
Sem flores sem cânticos
Sem missa do sétimo dia
E ninguém sabe para que serviram
Se mataram quem não deviam
Ou se ficaram entre
Os intervalos do sono."
Alice Vieira
ANA LUÍSA AMARAL
Poetisa portuguesa nascida em Lisboa, uma das mais singulares poetas das letras portuguesas contemporâneas. Publicou mais de vinte livros de poemas, peças de teatro, romances, livros infantis e ensaios. Ele traduziu a poesia de Shakespeare, Emily Dickinson e John Updike. Seus livros foram traduzidos no Reino Unido, França, Brasil, Suécia, Holanda, Itália, Alemanha e Estados Unidos. Recebeu prémios de prestígio, incluindo o Prémio Literário Correntes d'Escritas - Casino da Póvoa, o Prémio de Poesia Giuseppe Acerbi, o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores, o Prémio Internazionale Fondazione Roma e o Prémio PEN Narrativa. É professora da Universidade do Porto e investigadora em Estudos Feministas, Teoria Queer e Poéticas Comparadas. Em 2021 ganhou o Prêmio de Poesia Reina Sofía.
MUNDO
Sinopse:
Tecendo o fio que liga o texto à vida, Ana Luísa Amaral convoca-nos para uma paisagem de sons ao compasso dos cheiros, cores que constituem este Mundo: a abelha e a flor em descanso, a mesa e a faca pousada, ou as gentes e as suas interrogações.
"Usamos todos a ilusão
de fabricar a vida:
história, constelações
de sons e gestos.
Usamos todos a suprema glória
do amor: por generosidade
ou fantasia, ou nada, que de nada se fazem
universos."
Ana Luísa Amaral
FILIPA LEAL
Filipa Leal (Porto, 1979) é uma das poetisas mais destacadas da nova leva de escritores portugueses. Depois de estudar em Londres e no Porto, doutorou-se com uma tese sobre aspectos do cômico na poesia de Alexandre O'Neill, Adília Lopes e Jorge de Sousa Braga. Também jornalista e roteirista, sua obra poética inclui títulos como La ciudad liquid, La inexistencia de Eva ou Come on a Thursday (2016), seu livro mais recente.
FÓSFOROS E METAL SOBRE IMITAÇÃO DE SER HUMANO
Sinopse:
Mulher a inventar o corpo, a boca cheia de vestígios de pântano, de heras, de lodo, de incomunicabilidade. Mulher segurando a máscara, preparando-se para o esconderijo, para a fácil loucura de já não ser real. Mulher de perfil, tão pendurada, tão sem olhos frontais, provocando-se a própria obra que a inclui, desmotivando-se de tudo o que não for matéria, soltando-se de todos os que a vêem bem. Mulher enchendo-se de bronze, tapando-se com a escultura que ela fará de si mesma.
"Eu não sabia que dançar era por dentro.
Eu não sabia que dançar era até o fim.
A vida, meu amor, é sem intervalo."
Filipa Leal
MARIA TERESA HORTA
É uma escritora, jornalista e poetisa portuguesa nascida em Lisboa no ano de 1937. A poesia sempre lhe correu nas veias, sendo que é oriunda, pelo lado materno, de uma família da alta aristocracia portuguesa, tendo como antepassados a célebre poetisa Marquesa de Alorna. Estreou-se com a escrita de poesia. Contudo, também se dedicou à ficção, posteriormente. Em 1972, publicou juntamente com Maria Velho da Costa e Maria Isabel Barreno (conhecidas como As Três Marias) o livro “Novas Cartas Portuguesas”. Maria Teresa foi uma militante ativa nos movimentos de emancipação feminina e abdicou da sua identidade cultural para fazer uma obra que afrontasse o domínio masculino e tocasse em temas proibidos da época, o que lhe valeu um julgamento pelo livro ser considerado “pornográfico e atentatório da moral pública”.
EU SOU A MINHA POESIA
Sinopse:
Reúne uma selecção feita por Maria Teresa Horta dos poemas que considera serem os essenciais da sua obra. Um longo percurso poético, iniciado em 1960, que se mantém vivo e cuja actualidade e ousadia a colocam na vanguarda da poesia portuguesa. De cunho marcadamente feminista e erótico, uma poesia de intervenção e desobediência, que dá voz ao imaginário e ao desejo da mulher.
"Vou vivendo na vontade
que tenho de me atirar
no incêndio dos teus braços
a procurar no final
voltar de novo ao início
entre a poesia e o voar
pois escrever e amar
é arder
no mesmo vício."
Maria Teresa Horta
ADÍLIA LOPES
Adília Lopes é o nome de uma das mais célebres poetisas dos finais do século XX, e uma das mais afamadas da atualidade. Uma poesia que se destaca, que se evade das delimitações formais e estruturais habituais, e que se amplifica nos recortes singulares das emoções personalizadas. Todo o trabalho que desenvolveu académica e jornalisticamente notabilizaram a sua personalidade lírica diferenciada, que se foi construindo consoante traduzia e redigia crónicas. A partir de dificuldades interiores, transmutou-as para esse lirismo de margens, em refrescantes viagens.
DIAS E DIAS
Sinopse:
Mais do que a experiência de um confinamento entre quatro paredes, em Dias e Dias, Adília Lopes constrói um diálogo entre as memórias, presentes e passadas, dos objetos, das divisões da casa e as ruas, as flores e os edifícios que povoam estas páginas de reflexão: «Vem aí a macacoa, a miséria? Por enquanto aqui ainda tenho paz.»
45 Anos
"É tempo
de regressar
a casa.
A poesia
não está
na rua."
Adília Lopes
Ler não precisa de ser aborrecido e solitário. Ler pode ser um excelente desafio e uma enorme caminhada para descobrires mais sobre ti e os outros…
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