Há um mundo vínico por descobrir. Identificar as castas que mais gosta é o primeiro passo para provar vinhos feitos à sua medida.
Não é preciso perceber muito de vinho para saber que Portugal ostenta um currículo invejável nesta área. Portanto, não é de admirar que seja quase sempre a nossa primeira escolha na hora de comprar uma garrafa. Mas, como em tudo na vida, é importante arriscar e experimentar, sobretudo quando falamos de vinho, um mundo que, como sublinha o sommelier Ivo Peralta, é tão «vasto e abrangente». «Os próprios produtores nacionais vão buscar ideias lá fora e até mesmo castas. É bom comparar o que se faz aqui com o que se faz no estrangeiro», explica. Mas por onde começar? Para o sommelier do grupo JNcQUOI, o ideal é perceber quais são as castas de que mais gosta. Por exemplo, se gosta de vinhos do Douro, os vinhos espanhóis, como Rioja ou Ribera del Duero, são uma aposta segura, uma vez que são feitos com as mesmas castas, as chamadas castas ibéricas. Um desses grandes símbolos é a Tempranillo (a nossa Tinta Roriz ou Aragonez), «uma casta que produz vinhos com muita estrutura e taninos intensos».
Mais acima no mapa, encontra-se aquele que continua a ser o maior produtor de vinho do mundo: França, onde cada região tem as suas próprias castas, o que por si só demonstra a sua complexidade. «Poucos conseguem igualar a elegância que os franceses integram nos seus vinhos», considera ainda Ivo Peralta. Destaca-se a região de Bordéus, com vinhos Cabernet Sauvignon e Merlot, ambos mais intensos e que, por isso, acompanham bem pratos mais fortes. Mas também a região da Borgonha, de onde são originários os Chardonnay, vinhos mais frescos e ideais para acompanhar peixe e marisco, ou os Pinot Noir, uma casta mais leve que combina com pratos finos e delicados. É também no Velho Continente que fica «a dor de cabeça de todos os sommeliers». Ivo refere-se a Itália, mas no bom sentido, por ser outro país extremamente diverso. «Destacaria os Barolo e os Amarone, produzidos no Norte, e os Brunello di Montalcino e os Chianti, da Toscana, dois vinhos dos quais sou grande fã.»
Mas sabia que na Alemanha também se produz vinho? Apesar de ser um país muito pequeno no que diz respeito à produção vinícola, também dá que falar pelos seus Riesling, vinhos com um toque de açúcar residual que, para este sommelier, acompanham na perfeição comida asiática, como sushi ou caril, pois a sua origem fria acaba por balançar o calor destes pratos. Fora da Europa, também há regiões a dar cartas. É o caso de países do Novo Mundo como a Argentina, a Austrália e a Nova Zelândia, grandes embaixadores de castas francesas. A casta Malbec encontrou na Argentina o seu terroir de eleição, originando vinhos muito intensos e frutados, que combinam com as carnes e os grelhados que caracterizam a gastronomia deste país. Na Austrália, o tinto é quem mais ordena, com Shiraz maduros e suculentos, que acompanham bem comida mais intensa, como pratos de borrego ou cabrito. Já o Sauvignon Blanc é a principal casta na Nova Zelândia, originando vinhos frescos e vibrantes, que são uma excelente companhia para saladas e comida mais ligeira
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