Novembro 2023

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Natal Essencial Natal Essencial


O Natal está à porta e Filipa Gomes escolheu os seus favoritos para a mesa desta quadra. Há queijos e enchidos, broa e frutos secos, vinho e aperitivos para acompanhar boas conversas em família.

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Por Teresa Castro Viana

Natal Essencial
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Filipa Gomes Filipa Gomes

Em criança, o meu Natal era muito sobre os presentes. Entretanto, cresci e percebi que afinal o Natal é, acima de tudo, sobre estar presente, especialmente à mesa com os que mais amamos», começa por confessar Filipa Gomes, acrescentando que, nesse contexto, a comida tem um papel fundamental. Porquê? «Porque é ela que dita a dinâmica, que nos une, que consegue temperar corações e deixar um gosto que perdura pelo ano fora.» O seu Natal costuma ser passado em casa dos pais, com a lareira acesa e algum caos na cozinha, como é habitual nesta época. No entanto, admite que as tradições de família «não são especialmente convencionais». O bacalhau com todos, prato de eleição de muitos portugueses na Consoada, foi há muito substituído por outras receitas onde o fiel amigo é protagonista: à lagareiro, à minhota, espiritual ou confitado com grelos salteados. Na carne, é o cabrito assado cozinhado pelo pai de Filipa que não pode faltar. «Adoramos.» Mas, para tudo correr bem, há práticas que não se podem perder. «Há um ritual que, para algumas pessoas, pode ser uma grande dor de cabeça, mas que, para o núcleo duro da minha família, é um verdadeiro motivo de alegria. Aliás, é precisamente aí que o nosso Natal começa: no supermercado do El Corte Inglés de Lisboa, no dia 24 de manhã, para fazer as últimas compras da ceia.» Nessa altura, cada membro da família escolhe com

que produtos quer rechear a mesa. «Encontramo-nos lá, cada um com os seus objetivos de compra, e vamos compondo o carrinho», conta Filipa.

Cada membro da família escolhe os produtos para rechear a mesa de Natal.

Presunto ibérico Cinco Jotas e queijos são essenciais — estes últimos variam entre portugueses, como o de Azeitão, e internacionais, como o manchego ou o stilton. A eles juntam- -se a broa de milho, o pão saloio, deixado à porta pelo padeiro, hábito que ainda persiste na aldeia onde moram os pais, e o foie gras. «Este, da marca Rougié, é bastante saboroso e tem uma boa relação qualidade-preço.» A mesa só fica completa com uvas e frutos secos, como pistácios e pinhões, e alguns petiscos para entreter o estômago. Há azeitonas kalamata, «gregas, gordinhas e deliciosas», alho em conserva e pimentos, ligeiramente picantes e recheados com queijo fresco. Para brindar, Filipa sugere o Colheita Tardia da Casa de Santar, «uma ótima opção para quem quer uma alternativa ao clássico vinho do Porto». Deve servir-se fresco e acompanha na perfeição com queijos, mas também com sobremesas.

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